quinta-feira, 5 de maio de 2011

sobre "Fundação" - de Isaac Asimov (1/3)







































sobre “Fundação” (“Foundation”)(1942, 1951, 1955)
obras (Trilogia e série) do autor Isaac Asimov
(URSS, 1920-EUA,1992)


Literatura enquanto relatos de tempos futuros



1:3


No ensaio anterior, sobre “The Time Machine”, de H. G. Wells, viajamos no Tempo nas páginas da obra literária, que evidencia o quanto a Literatura permite um distanciar no Tempo assim como no Espaço. Se as aventuras ao redor do mundo são 'revividas' nas leituras de clássicos de Verne e Melville, as aventuras no Tempo – que mostram o quanto o leitor almeja um além-do-presente – podem ser 'revividas' por um 'historiador' do futuro.

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O Leitor de ficção que não suporta o presente, a preferir o passado preservado na memória e prever o futuro tecido de imaginação e fantasia. Revive os tempos medievais ao mesmo tempo em que imagina guerras espaciais num império de sistemas solares. Realmente a Sci Fi não poupa 'voos da imaginação' quando se dedica a criar mundos e realidades outras – com generosas pitadas de ciência e cientificismo, claro.
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Distantes no espaço – toda a Galáxia – e no tempo – uns quarenta mil anos (?) no futuro – os eventos são tratados como artigo de História nos verbetes de uma grandiosa “Enciclopedia Galáctica", já numa 116ª edição. Uma História do futuro – afinal, trata-se de escrever a História do Futuro! - que percebemos repetir a História do Passado. Impérios, feudalismo, golpes de estado, guerras civis.
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É pensar o Futuro com as categorias do Passado, onde um Império Galáctico é um Império Romano com dimensões um tanto agigantadas – ocupa uma galáxia inteira! Pois aqui – na série Fundação – o autor Asimov ousa narrar a História do futuro e acompanhar o registro dos eventos como se fosse de um passado. A Enciclopedia Galáctica em sua 116 ª edição é datada de 1020 Era Fundacional, logo mil anos depois dos acontecimentos relatados.

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Sobre a História do Império Romano
http://pt.wikipedia.org/wiki/A_História_do_Declínio_e_Queda_do_Império_Romano
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Os livros que compõem a Trilogia são Fundação, Fundação e o Império e Segunda Fundação, compostos de uma série de contos relativamente independentes, que foram reunidos em 1951. São na verdade o início de uma série com eventos anteriores e posteriores a Trilogia (aqui somente abordaremos a trilogia, num ensaio de 3 partes)


Na série temos os eventos anteriores a Trilogia: “Prelúdio da Fundação” (Prelude to Foundation, 1998) e “Crônicas da Fundação” (Forward The Fundation, 1993), com os projetos de Hari Seldon para criar a Fundação nos bastidores da política na capital do Império, Trantor.
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Já os eventos posteriores são relatados em “Fundação II” (Foundation's Edge, 1982) e “Fundação e a Terra” (Foundation and Earth, 1986), com procura pela Segunda Fundação e as pesquisas sobre as origens da Humanidade – qual seria o 'planeta original' ? Sistemas solares são percorridos, planetas são visitados, nativos entrevistados – onde teve início a expansão humana?
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Por enquanto, nos concentraremos na Trilogia, com a decadência do Império, no tempo de Hari Seldon até a suposta destruição da Segunda Fundação, quatro séculos depois.



Fundação


A chegada de um cientista provinciano a capital do Império Galáctico, Trantor. Tudo magnífico e sublime! Como pode um mundo destes entrar em Decadência? Causa algum espanto que Trantor pareça em semelhante magnificência a um provinciano? Imaginemos então como devia ser Roma aos olhos de um provinciano do Mediterrâneo ou do Oriente quando vislumbrava a capital do Império Romano.
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Afinal, o Império Romano parecia ser indestrutível – e Roma parecia ser mesmo uma 'cidade eterna'. Parecia que o mundo existia mesmo desde a 'fundação de Roma', como se impunha a hegemonia do calendário romano (sobre os 'tempos' semitas, egípcios, celtas e germânicos)
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Trantor: a Capital que não passa de um mundo administrativo com instalações abaixo da superfície. Aliás, ver a superfície é até item de turismo! Asimov já 'prevera' (em outros livros das séries dos Robôs, das Viagens Espaciais, e do Império Galáctico ) os mundos com civilizações subterrâneas, que utilizariam o calor das camadas internas dos planetas para gerar energia e sobreviver assim nos planetas com superfícies hostis – com ar rarefeito, ou sem ar; com tempestades de areia ou de neve.
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O mundo do subterrâneo possui todos os confortos que os habitantes desejam. Tanto que os cidadãos não suportam o mundo externo – já que vivem subterraneamente em 'celas' acolchoadas são felizes e governam o Império.
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Tudo vai bem, assim os administradores acreditam. Mas há uma mente pensante neste mar de acomodação! Há um psicólogo com formação matemática que desenvolveu uma Ciência híbrida – mistura de Humanas e Exatas, de Psicologia e Sociologia - com toques de teorias/ideias de Durkheim, Marx e Freud – chamada de PSICOHISTÓRIA. É uma ciência que se vale da quantificação de fenômenos que, para nós, são qualitativos – tais como intuições e emoções – e aborda estatisticamente os comportamentos das grandes populações. Pois, se os indivíduos são imprevisíveis, as multidões são estatisticamente previsíveis.


PSICOHISTÓRIA - … Gaal Dornick, usando conceitos não-matemáticos tem definido a psicohistória como aquele ramos da Matemática que lida com as reações de aglomerados humanos diante de fixados estímulos sociais e econômicos...

… Implícita em todas estas definições esta a suposição que os aglomerados humanos podem ser tratados com bases estatísticas de ampla validade. A dimensão necessária de um tal aglomerado pode ser determinado pelo Primeiro Teorema de Seldon o qual... A mais avançada suposição necessária é que os aglomerados humanos estejam sem consciência das análises da Psicohistória de modo que suas reações sejam realmente aleatórias …

A base de toda a validade da Psicohistória repousa no desenvolvimento das Funções de Seldon que mostram propriedades congruentes àquelas forças sociais e econômicas tais como …
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PSYCHOHISTORY - … Gaal Dornick, using non-mathematical concepts, has defined psychohistory to be that branch of mathematics which deals with the reactions of human conglomerates to fixed social and economic stimuli...

… Implicit in all these definitions is the assumption that the human conglomerates being dealt with is sufficiently large for valid statistical treatment. The necessary size of such a conglomerate may be determined by Seldon's First Theorem which... A further necessary assumption is that the human conglomerates be itself unaware of psychohistory analysis in order that its reactions be truly random...

The basis of all valid psychohistory lies in the development of the Seldon Functions which exhibit properties congruent to those of such social and economic forces as...

ENCICLOPEDIA GALACTICA

p. 16


Assim, Hari Seldon, o Psicohistoriador-mor, surge como uma figura mítica – e depois até será 'canonizada' pelos seguidores! - uma espécie de Profeta, uma mescla de Cristo, Freud e Marx. A despertar ódios e devoção fanática. Ele pretende prever o fim do magnífico Império – quando não de um 'modo de produção' ! - com os métodos da sua Psicohistória, uma espécie de Materialismo Histórico Estatístico. De repente as crises do Império – e depois da Primeira Fundação – seria repetições das crises do Capitalismo!
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O que derruba o Império? Uma força externa? Ataques alienígenas? (O que soa estranho no 'universo' de Asimov (o Humanista-mor), onde somente a Raça Humana habita as vastidões da Via-Láctea.) Não, nenhuma ameaça externa - mas o peso e o esplendor do próprio prodígio imperial ! Difícil de administrar, dividido por interesses e disputas de dinastias, guerras entre as famílias da Nobreza (uma galáctica repetição da Guerra das Rosas, entre os York e os Lancaster?), além da dependência de especializações cada vez mais técnicas.
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Somando-se isso tudo, a Capital Trantor é vulnerável. Excessiva especialização, dependência quanto aos planetas-fazendas, pois os trantorianos apenas administram, nada produzem. Vivem numa excessiva centralização, numa cidade que ocupa todo um planeta, uma London, uma Paris, uma Berlim dos séculos futuros. Destinada a ser conquistada e saqueada.
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É o fim da unidade galáctica que surge diante dos olhos matemáticos de Seldon. Ele sabe que por pior que seja a arrogância do Império, sem este é tudo pior : guerras civis, guerras de conquistas, ambições e saques. E serão cerca de trinta mil anos de confusão até que se possa erguer um Segundo Império Galáctico. Seldon prevê – não que ele deseje! - a Queda do Império. Ele não causa a Queda, apenas constata a possibilidade matemática. Ele é um cientista, não um revolucionário.
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Mas Seldon tem um Plano: pretende reduzir a 'barbárie' até o período recorde de Mil Anos! (Um belo 'milenarismo' que só os profetas sabem prometer!) Para esta missão – executar o Plano de Seldon – o Profeta (um cientista, nunca um político!) ergue uma Fundação Enciclopédica num planeta desabitado de periferia – o extremo distante Terminus. Lá são exilados os cientistas enciclopedistas – os Iluministas do futuro (prontos ao exercício pedagógico dos homônimos do século 18?) no propósito de erguer esforços para minimizar os efeitos da Queda do Império e encurtar os tantos milênios de barbárie.
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É como se fossem uma espécie de Igreja Católica ao fim do Império Romano – uma instituição nova a conservar os bens culturais – principalmente o Latim ! - do Império que afundava. (O Império Romano, lembremos, durou uns 6 séculos, e ao cair deixou uma 'idade das trevas' de quase 13 séculos!) O Vaticano não por acaso é em Roma, onde a Lei Canônica substitui o Direito Romano, e o Império Católico ocupa o lugar do secular Império desmembrado – o Catolicismo que governou durante toda a Idade Média até o advento da Reforma Protestante e o fim do Império Romano-Germânico.
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Estatisticamente são computadas as causas da Queda do poderoso e extenso Império (uma Galáxia inteira!), a saber, a burocracia crescente, a falta de iniciativa dos administradores e cientistas, o sistema de castas, a rejeição de qualquer inovação ou experimentalismo (como se a curiosidade fosse subversiva!), a irremovível 'inércia social', em suma, os mesmos defeitos que provocaram outras quedas além do leviatã latino, se lembrarmos da 'implosão' da URSS no final da década de 1980.

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A pretensiosa Enciclopédia Galáctica editada pela Fundação Número Um, visa salvaguardar o Conhecimento Humano e evitar a fragmentação – e a superstição – num projeto claramente 'escolástico', como se os enciclopedistas fossem, além de filósofos liberais, uns monges copistas de um futuro de decadência...! (Percebemos bem que Asimov foi um ótimo aluno da classe de História.) A trilogia Fundação se alimenta de mil e uma referências a eventos históricos transplantados para contextos galácticos.
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Em época de decadência do Império, o verdadeiro imperador – quem dá as ordens – é um Comissário-chefe, assim como o Primeiro-Cônsul dá o golpe. Assim como Júlio César transformou a República em Império, assim como Napoleón deu o golpe de 18 Brumário na Revolução Francesa. É o poder do Regente enquanto o novo Imperador é ainda muito jovem.
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Seldon é um humanista – o indivíduo que se identifica com a Humanidade – assim também o próprio Autor Asimov. Aliás, Seldon tem muito das ideias do Autor,
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“Eu não viverei ainda sequer meia década”, disse Seldon, “e tudo isso é perturbador para mim. Pode chamar isso de idealismo. Pode chamar isso de identificação de mim mesmo com o que a generalização mística a qual nos referimos como 'humanidade'.” (“I shall not be alive half a decade hence,” said Seldom, “and yet it is of overpowering concern to me. Call it idealism. Call it identification of myself with that of mystical generalization to which we refer by the term, 'man'.” p. 30)

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Seldon é uma espécie de Idealista ao identificar o próprio Eu com a Humanidade – ainda mais para um era de individualismo, onde casa um cuida do próprio umbigo. É de se pensar se os grandes pensadores não foram idealistas. Marx teria sido idealista? Mas há uma diferença entre o ficcional e o real: enquanto Marx acredita no potencial revolucionário dos proletários, o futurístico Seldon acredita no poder dos intelectuais.
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É a voz de Seldon – tal um Émile Durkheim, no século 19 - que se levanta para acusar a fragmentação da coletividade em interesses egoísticos – na perda dos laços sociais – quando a ambição é maior que a solidariedade, quando os ambiciosos começam suas guerras de conquista – como um atualização de 'Conan, o Bárbaro' ou 'Mad Max' – e de outras 'distopias' – onde a 'anomia' causa a decadência.
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E a Queda do Estado pode levar a plena anarquia (na conceituação negativa), pois se é ruim com o Estado, é pior sem o Estado. Seldon pensa que o essencial é que o próximo Império seja estabelecido o mais rapidamente possível – abreviar o caos de trinta mil anos para apenas um milênio.
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Em conversa reservado com os maiorais do Império – pois o Julgamento chega a um impasse – Seldon consegue até prever qual o resultado da sua 'subversão'. Tendo estudado matematicamente o Comissário-regente, o pai da Psicohistória sabe que será exilado para os confins da Galáxia.
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Seldon – e seus fiéis colaboradores – são banidos para o distante planeta Terminus, local onde deverão se dedicar a coletar dados e elaborar a grandiosa e pretensiosa Enciclopedia Galactica – tal qual os Iluministas do Século 18 pretendiam apresentar em volumes a condensação dos conhecimentos humanos organizados e catalogados, os Enciclopédicos pretendem conservar o conhecimento desenvolvido ao longo do Império. O psicohistoriador-mor torna-se um inspirador a la Diderot ou D'Alembert.

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Sobre os Enciclopedistas (século 18)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Encyclopédie
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Assim, o pensador Seldon é exilado tal um Dante – aliás, todos eles considerados subversivos, ousados para a época, e logo exilados ou exterminados – pois a Ordem (aqui, o poderoso Império) não aceita 'divergências'. Mas, de certa forma, Seldon planejou o próprio exílio! Assim, o importante é implantar o Plano de Seldon.
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Terminus será o exílio dos sábios, os enciclopedistas que devem viver num planeta afastado – um mosteiro? - a copiar e catalogar o conhecimento – monges copistas? Afinal, o planeta Terminus – sem qualquer distração ou riqueza – é um refúgio científico. Enquanto isso, outro 'refúgio' será instalado no outro extremo da Galáxia.
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Temos acesso a História da Fundação justamente por alguém da Fundação – as citações são da Enciclopedia Galáctica – então temos a História escrita pelos perseguidos – afinal, o Império está em decadência e somente a Fundação poderá resguardar os conhecimentos humanos, tecnológicos, etc. Assim como os Cristãos sobreviveram e ocuparam a História depois dos Césares – o Império Romano passou, mas o Cristianismo – fé e instituição – já tem uns dois mil anos.
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Terminus. 50 anos depois. Já iniciados os trabalhos da Enciclopedia Galáctica. 5 anos antes da publicação do Volume I. Aparecem outras personagens – não mais Seldon ou Dornick. Agora o chefe-enciclopedista é Lewis Pirenne que 'divide' o poder com o primeiro prefeito Salvor Hardin. No pano de fundo temos a revolta da sub-prefeitura – agora 'reino' – de Anacreon, nas bordas da Galáxia.
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Enquanto Pirenne se mostra muito eficiente quanto aos trabalhos da Enciclopedia, tem pouco conhecimento prático de política externa, além de ser meio 'ultrapassado' quanto à administração da cidade – ao julgar que tudo gira em torno da Enciclopedia. A administração exige a pragmática de um homem tal qual Hardin – pouco intelectual, e mais político. E considerando-se que a Enciclopedia não se envolve em política...
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Com a revolta de Anacreon – o Governador se proclama Rei – começa a fragmentação do Império – a perda do centralismo imperial. Assim como o Império Romano perdeu o Egito, depois Bizâncio, depois a Bretanha, depois a Hispânia (depois Espanha e Portugal), ou seja, o Império se despedaçou – surgiram os reinos ibérios, a França de Carlos Magno, etc.
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A Fundação inicia-se não-política mas acabará se institucionalizando – tal qual a Igreja Católica, que do Vaticano passou a interferir politicamente na geopolítica... Afinal, Terminus é um planeta de habitantes pacíficos – cientistas, doutores, etc. - cercado por povos guerreiros – os rebeldes, os prefeitos que se proclamam reis, prefeituras tornam-se reinos, ou seja, toda uma guerra na periferia fragmenta o Império – até quando manterá a 'autonomia'?
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Na formalidade, Fundação é uma 'instituição científica mantida pelo Estado' – Anacreon deseja 'proteger' Terminus da potência rival Smyrno e assim ter o planeta da Fundação Número 1 como um protetorado de importância estratégica. Enquanto o Dr. Pirenne é um scholar idealista, o prefeito Hardin é pragmático, realista das articulações políticas – ignoradas pelo intelectual.
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Pirenne crê na intocabilidade da ciência – enquanto o representante nobre de Anacreon crê no poder das armas. Superioridade técnica-científica de Terminus – diante dos planetas da Periferia. A Fundação tem tecnologia nuclear/atômica. E Hardin se estabiliza enquanto líder politico – a pedir a autonomia administrativa.
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A Fundação se institucionaliza e esquece os interesses do planeta Terminus – o interesse dos demais cidadãos não envolvidos na Enciclopedia – e então Hardin vem representar a voz da 'nova geração' para proteger o planeta dos novos reinos vizinhos. Meio século depois de Seldon, a população de Terminus é de cerca de um milhão de habitantes, enquanto os empregados da Enciclopedia são um minoria de 150 mil. Dados da argumentação de Hardin,
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“Eu não disse Fundação, mas Terminus. Acho que ainda não entendeste a situação. Há cerca de um milhão de habitantes em Terminus, e não mais que cento-e-cinquenta mil trabalham diretamente na Enciclopedia. Para o resto é a nossa casa. Nascemos aqui, vivemos aqui. Comparada com as nossas fazendas e nossas casas e nossas fábricas, a Enciclopedia significa pouco para nós. Precisamos proteger nossos bens.”
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I didn't say the Foundation; I said Terminus. I'm afraid you don't understand the situation. There's a good million of us here on Terminus, and not more than a hundred and fifty thousand are working directly on the Encyclopedia. To the rest of us, this is home. We were born here, we're living here. Compared with our farms and our homes and our factories, the Encyclopedia means little to us. We want them protected -” p. 47


Com o tempo, a Fundação apenas se dedica a catalogar conhecimento, não CRIAR conhecimento. Não faz pesquisas, mas registra as pesquisas de outrora. Assim é tal qual uma universidade conservadora, pouco inovadora, pouco original. É uma instituição que tende a burocratização tal a Igreja Católica, o Partido Comunista e a Associação Psicanalítica...
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Um dos 'trunfos' da Fundação é a energia atômica – que ela conservou, não inventou – que falta aos 'reinos' dos sistemas solares vizinhos. Aliás, 'energia atômica' é uma referência que se acumula nas obras do Autor Asimov e se explica pela época: os anos 40, anos de guerra e do Projeto Manhattan (que produziu a primeira bomba atômica, um armamento potencialmente letal, a partir de plutônio e urânio). A Fundação preservava o uso pacífico da energia nuclear – para gerar energia, por exemplo – enquanto os sistemas solares da vizinhança estavam regredindo para o uso de carvão e petróleo.
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No plano pessoal, Hardin é uma personalidade – é independente, e irônico – os outros são conformados e integrados à 'ordem' – ou seja, aos Enciclopedistas.
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Segundo o sociólogo alemão Max Weber, em toda sociedade é possível observar uma 'tipologia das formas de poder' com pelo menos três tipos de dominação: aquela legal, a tradicional, e a carismática. Sempre há o grupo dos patriarcas, os conservadores, que são desafiados pelos novos, ditos 'subversivos', que usam o carisma para agitar as 'massas' e chegar ao poder, temos então os líderes carismáticos, os profetas. Que futuramente, já no poder, podem se tornar os patriarcas em relação as novas gerações.
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Assim como Seldon foi o profeta iconoclasta de ontem – ao avisar sobre a decadência do Império – meio século depois ele é visto como um patriarca, um profeta a ser canonizado. É um respeitado sábio – não mais o perseguido, o exilado. Assim como Hardin é rejeitado agora – meio século depois – como um inconveniente. Isto é, ele é inovador, até subversivo, e é justamente este tipo que 'faz a História avançar', até que ele mesmo se acomode, e verá surgir outro líder inovador e carismático (no caso será o jovem político Sef Sermak, três décadas depois...)
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Seldon profetiza – com todas as suas equações psicohistóricas – um Segundo Império mais justo e civilizado – assim como Marx esperava uma civilização mais justa no futuro – inexoravelmente – na aurora do Socialismo (igualdade de oportunidades e justiça social) rumo a concretização do Comunismo (igualdade plenas com satisfação das necessidades de todos, ou seja, o reino da liberdade).
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Mas aqui a leitura pode ser mais anglo-saxônica – algo ao nível do “Destino Manifesto” dos norte-americanos. Estão os norte-americanos destinados a dominar o mundo? (Depois dos britânicos, dos judeus, dos comunistas, dos nazistas, agora são os anglo-saxões os donos da hegemonia mundial? Enquanto os ianques falavam – e falam – em Manifest Destiny, os nazistas falavam em Lebensraum, os judeus na 'Nova Sião', os comunistas no 'Socialismo global'...)

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mais sobre a ascensão anglo-saxã e o 'Manifest Destiny'
http://pt.wikipedia.org/wiki/Destino_Manifesto

http://pt.wikipedia.org/wiki/WASP
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para ouvir (em english)
http://www.youtube.com/watch?v=YLmUhT9QOlE
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Para manter a segurança de Terminus, o Prefeito Hardin dá um 'golpe de Estado' e tira o poder da mão dos Enciclopedistas (final da Parte II do Livro I) quando a figura holográfica de Seldon aparece num Cofre de cristal no centro da Fundação. O Sábio venerado revela que a Enciclopedia é uma farsa e que o objetivo é estabelecer a Fundação como uma potência hegemônica que seguirá os passos determinados do Plano de Seldon.



Os Prefeitos. Passaram-se três décadas desde a abertura do Cofre – onde surgiu a imagem do Fundador Seldon – são as três décadas do poderio de Salvor Hardin – agora não mais o 'subversivo', mas o conservador, o dono do poder, e que sofrerá o desafio das novas gerações, com novos valores e expectativas.
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A cada nova geração, mais exigências. E pouca paciência, cada geração quer tudo agora – sem postergação. Mesmo que a Fundação seja guiada por uma 'ideia de futuro justo', de um 'destino manifesto', tal como um Marxismo otimista com o 'mundo comunista'. Ou seja, devemos sacrificar o mundo de hoje em prol de um amanhã mítico e feliz!
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Porém os subversivos, os inovadores, não querem 'compromisso', nem reforma, mas mudança, um novo governo.
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A Fundação – um oásis de tecnologia num mar de caos político e científico – começa a repassar a ciência aos outros planetas dos sistemas solares vizinhos – mas para ser melhor 'aceito', o modo de ensino é semelhante a um tipo de 'sacerdócio' – é como se a ciência fosse um modo de magia, e a educação científica somente 'digerida' como um tipo de religião! E era como se a Fundação se tornasse um Santuário, ou um tipo de Meca, cidade-sagrada!
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A ciência é transmitida como uma complicada religião, onde os cientistas de fingem 'padres', sacerdotes de um culto da Era Atômica! Argumento que Erich von Däniken adoraria utilizar em sua série de livros sobre 'deuses astronautas', onde nossas religiões se originariam de 'cultos-cargos', ou seja, contatos com tecnologias avançadas, e um sentimento de devoção diante do desconhecido – como se indígenas cultuassem aviões bimotores.
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A Ciência era vista realmente como uma espécie de magia pelos mundos atrasados. “Eu assim comecei pois os bárbaros viam nossa ciência como uma espécie de feitiçaria mágica, e assim era mais fácil fazê-los aceitá-la nestas condições.” (“I started that way at first because the barbarians looked upon our science as a sort of magical sorcery, and it was easier to get them to accept it on that basis.”) e assim a ciência é uma educação refinada e complexa destinada ás classes superiores, “Nós mesmos treinamos os sacerdotes. O conhecimento dos equipamentos é meramente empírico; e eles possuem uma crença firme na encenação que existe ao redor.” (“We have trained them. Their knowledge of their tools is purely empirical; and they have a firm belief in the mummery that surrounds them.” p. 73)
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Hardin vence o ambicioso regente de Anacreon – que vai à guerra de qualquer forma, seja com ou sem a cooperação da Fundação – através da 'instrumentalização' do poder religioso, pois se a Elite sabe que a Religião é uma 'farsa', ao contrário, o povo acredita, e assim é facilmente manipulado. (Qualquer semelhança com as religiões modernas não é mera coincidência.)
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De forma que os sacerdotes – educados na Fundação – proclamam ao povo que qualquer ataque ao planeta sagrado é um sacrilégio contra o Grande Espírito Galáctico.
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Nova aparição de Hari Seldon na época da segunda crise. Crise superada pela farsa religiosa, que fez efeito neste momento mas poderá não funcionar novamente. Por enquanto, o Plano continua. Faltam ainda 920 anos para o Segundo Império!
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Os Comerciantes. Após o feudalismo e a escolástica da Fundação – a Idade Média – começa a expansão do comércio, através do estabelecimento de novas rotas mais lucrativas, no trabalho pioneiro de um grupo de comerciantes, que desbravam os mundos da Periferia galáctica. Semelhante ao que aconteceu na Europa e na Ásia Média nos séculos 13 a 16 – até que no final do séc. 15 começaram as Grande Navegações que resultaram na descoberta das Américas e do subcontinente australiano.

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Mais sobre As Grandes Navegações
http://pt.wikipedia.org/wiki/Era_dos_Descobrimentos
http://www.redescobrindoobrasil.hpg.ig.com.br/asgrandesnavegacoes.htm
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Temos assim a unificação da periferia pela expansão do comércio, tal qual acontecerá com a consolidação da classe burguesa, à medida em que o comércio prosperava, ao longo dos séculos 13 a 16.
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Ler Foundation é reconhecer no Futuro no Espaço os acontecimentos que ocorreram no Passado e na Europa ao fim do Império Romano! A decadência do Império, os imperadores fortes ou fracos, os generais fortes ou fracos, as dissidências, as guerras entre famílias nobres, a cultura religiosa, depois a dominação religiosa, os reinos feudais, a expansão comercial, o renascimento cultural. Ou mais especificamente: Império, Decadência, Religião, Declínio do Saber, Copistas, Cristianização das tribos pagãs, Primeiras Universidades, Comerciante, Grandes Navegações. Tudo transposto para a Galáxia daqui há uns 40 mil anos!
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Ou seja, a História Humana – pois somente existem humanos no mundo de Fundação – move-se em avanços e recuos, em repetições de padrões que são previsíveis pelas estatísticas da Psicohistória. Eventos que julgávamos relegados ao passado de obscuridade podem voltar em momentos de decadência, quando a Ciência cede espaço para a Superstição. Tanto que podem aparecer alquimistas!
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Alquimistas galácticos! Máquina de transformar ferro em ouro! Transmutação nuclear! Magia atômica! Sim, em épocas em que a Ciência aparece como 'magia' para os povos de uma periferia de brutalidade política e bélica. Assim, um transmutador de nêutrons – o que quer que seja isso! - apresentado por um comerciante pode passar como um artefato de magia.
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A Elite é culta e esclarecida – a Religião é para apascentar as massas. A Elite finge ser religiosa – para manter as aparências (cultiva, assim, a velha e oportuna hipocrisia). O comerciante propõe que o líder eduque o povo para que a massa possa comprar os novos produtos – ou seja, formar 'mercado consumidor' e lucros.

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Os Príncipes Mercantes. Avançamos 20 anos no futuro. Os comerciantes fugiram ao controle da Fundação, assim como os burgueses fugiram ao controle da Igreja Católica feudal. Os comerciantes passam a dominar as rotas de abastecimento, começaram a adquirir riquezas e a desprezar a 'religião' inventada pelo Prefeito Hardin (também Primal do Sacerdócio) um século antes. Os mercadores são de outros reinos – Smyrno, Anacreon – e cidadãos da Fundação – assim como provincianos da África e Ásia adquiriam 'cidadania romana'.
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Um recurso narrativo muito usado para 'conectar' os episódios da trilogia Fundação é a 'recapitulação', resumos pontuais de situações ocorridas em episódios anteriores. Pois a cada novo episódio (ou Parte, pois afinal tratava-se inicialmente de uma série de contos), o Autor faz uma recapitulação sobre a Queda de Império Galáctico e o Plano de Seldon. Até porque o Tempo passa e a memória coletiva dos líderes da Fundação precisa ser 'lubrificada'.
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“Quando o Império Galáctico começou a se fragmentar, e quando os extremos da Galáxia voltaram ao barbarismo e se separaram, Hari Seldon e seu grupo de psicologistas criaram uma colônia, a Fundação, bem aqui no meio da confusão, assim nós poderíamos conservar a arte, a ciência e a tecnologia, e formar o núcleo do Segundo Império.”
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When the Galactic Empire began to die at the edges, and when the ends of the Galaxy reverted to barbarism and dropped away, Hari Seldon and his band of psychologists planted a colony, the Foundation, out here in the middle of the mess, so that we could incubate art, science, and technology, and form the nucleus of the Second Empire.” p. 137

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Aqui Korell é o planeta que não recebe missionários da Fundação, tal como antes, no episódio anterior, Askone não aceitava comerciantes, pois implicava em receber 'sacerdotes', isto é, os técnicos da Ciência-Religião criada pelo Prefeito Hardin. Os mundos vizinhos começam a perceber as estratégias de hegemonia da Fundação, outrora uma modesta instituição científica.
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Os comerciantes se organizam numa Guilda, uma Liga, guiada por interesses de lucros, e usam métodos um tanto autoritários, até 'pirataria', enquanto a Fundação ainda é uma espécie de Democracia – há divisão de poderes, a Prefeitura, o Conselho, a Enciclopedia.
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Sendo uma 'nova geração', os comerciantes querem Free Trade – livre comércio – não o 'missionarismo' da Fundação. O próprio futuro Príncipe Mercador Mallow assim confessa, “Sou um Mestre Mercador. O dinheiro é minha religião. Todo este misticismo e truques de missionários me aborrecem, e fico feliz que você recuse aceitar tal coisa. Assim é mais um dos nossos.” (“I'm a Master-Trader. Money is my religion. All this mysticism and hocus-pocus of the missionaries annoy me, and I'm glad you refuse to countenance it. It makes you more my type od man.” p. 147)
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A preocupação do Autor é o tema narrado – o enredo, o conteúdo – não a forma, sem destacada inovação estilística. Por exemplo: povos dos mais distantes planetas conseguem empregar a mesma linguagem – será que toda a Galáxia fala um 'inglês' do futuro? As 'variações dialetais' são mais semelhantes aquelas entre um habitante de metrópole e um provinciano – aliás, diferenças sempre apontadas, desde a primeira cena. Sempre há 'periferias' e 'províncias' quando há 'centralismos' – sempre temos os marginalizados do poder – e assim as possibilidades de rebeliões, fragmentações e autonomias.
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No centralismo pode-se notar a vaidade fútil dos governantes. O Comodoro de Korell é um exemplo. A vaidade dos potentados, dos déspotas, dos ditadores que se julgam 'amados' pelo povo oprimido. Basta ver um líder fascista ou um general latino-americano ou um dirigente árabe. Se julgam 'amados', e enquanto isso tratam de reforçar a segurança palaciana! Os 'reinos da periferia' aqui seria uma ótima imagem do Oriente Médio nas bordas do Ocidente sedento de matérias-primas e petróleo.
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Daí a insistência em estabelecer o Free Trade: os comerciantes levam os aparelhos técnicos avançados aos mundos atrasados – em nome do lucro. Seria algo semelhante aos EUA vendendo para as 'repúblicas das bananas'. Para as Arábias. E a Fundação vende produtos técnicos avançados – enquanto precisa de matérias-primas. Sendo Terminus um planeta praticamente sem minérios, a Fundação necessita de ferro, bauxita, carvão mineral, magnésio, ouro, além de madeira, tabaco... Ou seja, a hegemonia da Fundação se estabelece pela 'instituição' de uma 'divisão interplanetária do trabalho'. A Fundação se enriquece ao exportar produtos técnicos para os planetas da periferia que vendem o que possuem: matéria-prima de menor custo.
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Enquanto todo este materialismo é expandido, o lado místico da Ciência-Religião é mantido como uma 'encenação' – que, aliás, muitos já acreditam devotadamente! - quando Seldon, um frio cientista, mescla de psicólogo e sociólogo, que 'conversa' através de símbolos matemáticos!, é tratado – um século e meio depois – como um Profeta, uma espécie de santo venerado. Qualquer semelhança com Marx, e o Marx para os marxistas; e Freud, e o Freud para os freudianos será mera coincidência?
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Pensemos: por que essa tendência a beatificar, endeusar aqueles que um dia foram inovadores? Por que idolatrar os 'visionários'? Por insegurança? Por dependência?
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Enfim, nesta época de decadência imperial, a Fundação domina a borda periférica ao redor de Terminus. Mas e em direção ao centro da Galáxia? E o resto do Império? Ainda existirá a capital imperial Trantor? Aquela magnífica cidade subterrânea que ocupa toda a superfície do planeta! Pois o reino de Korell mantém ainda um contato com um vice-rei do Império decadente – e assim as armas atômicas ainda são disponíveis. Ou seja, descobre-se que a Fundação não tem o 'monopólio' do poder atômico.
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Mallow, o comerciante, segue rumo ao centro da Galáxia, e encontra o planeta Siwena, onde encontra a moradia afastada de um refugiado político, cujo relato permite ao visitante descobrir existência de centrais nucleares intactas, construídas quando o planeta era um próspero vice-reino. Aliás, Mallow é um estrangeiro (outlander, de fora do país) que resolve assumir cargo de poder no 'império' da Fundação. Assim tal qual no Império Romano puderam subir ao trono de Imperador os generais e os poderosos de regiões dominadas pelo Império. Imperadores originários das 'províncias', ou seja, da Bretanha, da Hispânia, da Ilíria (atual Albânia), do norte da África, não apenas dos 'patrícios', aqueles nobres das gens latinas.
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De fato, Mallow usa o dinheiro para conseguir status político na Fundação – e assim alcançar os centros de poder. Seria, sem eufemismos, um novo rico arrivista. Mas ele oportunamente abrirá um novo rumo diante da crise. Pois, diferente dos outros, Mallow não zela pela expansão da 'religião', como é costume na Fundação, pois para o 'outlander' a religião nunca seria mais importante que o comércio.
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Para os mestres da Fundação, o comércio não é a busca do lucro em si-mesmo, mas o meio de expandir a dependência dos demais planetas – disciplinados pela fidelidade a nova 'religião'. Ou seja, o objetivo é dominar os reinos periféricos – muito mais armados que o indefeso planeta Terminus. Mas os chamados 'príncipes mercadores' querem o comércio sem a 'religião'. São os burgueses sem-religião, são os hereges em busca de lucros.
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A 'política religiosa' já se mostra caduca, ineficiente, e novas formas de alianças – por exemplo, o tal 'livre comércio' – serão alcançadas em prática pelas novas gerações, a começar por Mallow. E se a 'religião' ficar mais 'hegemônica' que a Fundação? É bem possível que a defesa da Ciência-Técnica-Religião seja instrumentalizada por algum político – ou Grão-Sacerdote – que poderia dar um golpe e instalar uma espécie de Fundamentalismo. Tal sistema significaria um retrocesso ao barbarismo e à superstição.
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Outra cena de julgamento. Há uma certa recorrência de cenas de tribunal – que são uma obsessão dos povos anglo-saxões! - onde o 'subversivo' da vez precisa enfrentar as forças da ordem num momento de crise. É personalidade de Mallow que fará diferença? Podem as equações psicohistóricas do Plano de Seldon contar com tal singularidade? Mas e se as atitudes de Mallow já forem pré-calculadas? Ou se apenas parte de um todo (o desejo popular, ou consonância com as tendências matemáticas, por exemplo)?
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Esta guerra toda é uma batalha entre dois sistemas; entre o Império e a Fundação; entre o grande e o pequeno. Para controlar um mundo eles [os imperiais] subornam com espaço-naves imensas que podem fazer guerra, mas sem qualquer importância econômica. Nós, por outro lado, subornamos com pequenas coisas, inúteis para a guerra, mas vitais para a prosperidade e o lucro.”

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The whole war is a battle between those two systems; between the Empire and the Foundation; between the big and the little. To seize control of a world, they bribe with immense ships that can make war, but lack all economic significance. We, on the other hand, bribe with little things, useless in war, but vital to prosperity and profits.” p. 187

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O fato é que Mallow pretende 'conquistar' pelo Comércio – só o livre-comércio sem a religião-farsa de técnicos-sacerdotes. (“Comércio sem sacerdotes! Comércio apenas! É suficientemente forte.”, “Trade without priests! Trade alone! It is strong enough”.) Agora o domínio será possível quando a expansão do comércio tornar os planetas meros clientes satisfeitos e leais, afinal dependentes da tecnologia da Fundação. “Produtos que somente nós podemos fornecer!” Afinal, sem as peças de reposição, sem a educação técnica – dita religiosa – sem as fontes energéticas, os mundos dependentes ficariam fragilizados e vulneráveis. Somente o Império decadente será uma verdadeira ameaça. E o duelo será em breve.



Abr/mai/11


por Leonardo de Magalhaens

http://leoliteraturaescrita.blogspot.com







Links

Guide to Asimov's Foundation
http://www.youtube.com/watch?v=EyApU_fUXXs&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=tZIGHbDsZl0&feature=related
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Enciclopedia Asimov
http://asimov.wikia.com/wiki/Foundation_Series

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A Queda da República e o Início do Império Galáctico
em Guerra nas Estrelas / Star Wars

(A diferença mais fundamental entre o universo de Asimov
e o universo de George Lucas é que no primeiro somente
há uma raça civilizada, a Raça Humana, enquanto, no segundo,
existem várias civilizações não-humanas )

http://pt.wikipedia.org/wiki/República_Galáctica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Império_Galáctico_(Star_Wars)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Federação_de_Comércio


http://www.youtube.com/watch?v=c1YzX8mOhB0&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=cWg7aFqXAUw


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2 comentários:

  1. Excelente texto!
    Falou tudo sobre o livro inteiro, além de fazer todas as analogias históricas presentes nessa obra magnífica do Bom Doutor.
    Parabéns!

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  2. vc tem email ou twitter... estou afim de um projeto e gostaria de saber se vc gostaria de saber amis sobre o assunto

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