segunda-feira, 22 de abril de 2013

sobre Pergunte ao Pó - de John Fante






Sobre Pergunte ao Pó (Ask the Dust, 1939)
do autor norte-americano John Fante (1909-1983)
(trad. Roberto Muggiati)


A Literatura que fermenta nas vivências pessoais


De pronto, encontramos o Prefácio do poeta iconoclasta Charles Bukowski, escrito em junho de 1979, quando desabafa, enquanto frequentador de biblioteca pública, também em Los Angeles: “Eu tirava livro após livro das estantes. Por que ninguém dizia algo? Por que ninguém gritava?” (p. 5) assim ele critica os autores que não vivem a vida autêntica, e não carregam suor & lágrimas para dentro dos livros, que não passam de volumes de tinta e papel, que não fedem nem cheiram, incapazes de emocionar e fazer despertar. Quanto a Bukowski, um confesso admirador de Fante, ele sempre entornou sangue & álcool em seus textos, e nunca foi indiferente ao lado noir da vida.

É preciso mergulhar na vida para escrever, para ter material para encher páginas e páginas, para testemunhar e retratar um mundo que possa ser compartilhado com os leitores ávidos voyeurs. O autor usa suas vivências como matéria-prima, como argamassa do edifício literário, usa como tijolos suas dores e privações, seus desejos e desilusões. Não que a ficcionalidade esteja ausente, mas se entrelaça com o factual, com o vivido, com o sofrido. O elemento imaginário está em um segundo nível.


Em Pergunte ao Pó temos a narrativa é em 1ª pessoa, a voz confessional do jovem Arturo Bandini, de 20 anos, que tenta ser escritor em Los Angeles, cidade demasiadamente grande para ele um jovem provinciano que vai para a metrópole, a ser percorrida por seu olhar de flâneur. “E assim cheguei à esquina da Quinta com Olive, onde os grandes bondes mastigavam os ouvidos da gente com o seu barulho e o cheiro de gasolina fazia a visão das palmeiras parecer triste e o pavimento negro ainda molhado do nevoeiro da noite anterior.” (p. 12, c. 1)

O sujeito que perambula e se sente sozinho diante da indiferença da cidade grande,

Los Angeles, dê-me um pouco de você! Los Angeles, venha a mim do jeito que eu vim a você, meus pés sobre suas ruas, bela cidade que adorei tanto, triste flor na areia, bela cidade.” (p. 13, c.1) (“Los Angeles, give me some of you! Los Angeles come to me the way I came to you, my feet over your streets, you pretty town I loved you so much, you sad flower in the sand, you pretty town!”)

O jovem precisa viver, experimentar, para então ter matéria para seus escritos. Para escrever sobre o amor, ele precisa vivenciar o amor. Ele se apaixona por uma garçonete mexicana, a caprichosa Camilla Lopez, “Oh, uma namorada mexicana! Eu pensava nela o tempo todo, minha garota mexicana. Não tinha nenhuma, mas as ruas estavam cheias delas, ...” (p. 16, c. 1)

Para conquistar uma garota, o jovem autor precisa de dinheiro – ele que só publicou um conto de sucesso, “O cachorrinho riu” (the little dog laughed) para ele um motivo de orgulho, de afirmação enquanto escritor. Em sua solidão na cidade, ele pensa na província (Colorado, estado do Centro-Oeste), onde está sua família, principalmente sua mãe que o apoia com modestas e providenciais remessas de dólares. E ele pensa também no editor, o Sr. Hackmuth, ‘o grande editor’, em Nova York a cuidar dos negócios literários, numa revista famosa (a The Atlantic Monthly?)

Para escrever sobre a vida, o escritor deve viver e viver todas as experiências, em suas perspectivas. Assim grandes autores sempre falam sobre suas vivências, suas vicissitudes, vejamos as obras de Melville, Hamsun, Jack London, Conrad, Hemingway, Fitzgerald, Jack Kerouac, Lima Barreto, para citar alguns mestres. Um escritor não pode viver apenas no mundo imaginário, no ficcional, deve ser um empirista, ao experimentar, sujar as mãos, estancar as sangrias. Então ter matéria-prima para a sua escrita.

Eu tinha vinte anos na época. Que diabo, eu dizia, não se apresse, Bandini. Você tem dez anos para escrever um livro, vá com calma, saia e aprenda sobre a vida, caminhe pelas ruas. Este é o seu problema: sua ignorância da vida.” (p.19, c. 2)


Ah, grande escritor este aqui! Como pode escrever sobre mulheres se nunca teve uma mulher? Ora, seu miserável farsante, seu mentiroso, não admira que não consiga escrever!” pois é essencial “escrever uma história de amor, aprender sobre a vida.” Ao demonstrar tal consciência, na própria escrita, o jovem autor entra em dissertações confessionais e metalinguísticas. “Os livros dizem não, a noite grita sim. Tenho vinte anos, cheguei à idade da razão, vou caminhar pelas ruas lá embaixo, procurando uma mulher.” (p. 21, c. 2)

Advindo da província, o jovem autor vive a tecer paralelos e comparações entre a cidade interiorana e a grande cidade (ao estilo das obras dos mineiros Carlos Drummond de Andrade, Cyro dos Anjos, Aníbal Machado e Pedro Nava, dentre outros), como se pólos de uma vida em tensão, ora entediada, ora indiferente, quando o ser segue deslocado em ambas as cidades,

Então você caminha ao longo de Bunker Hill e sacode o punho para o céu e eu sei o que está pensando, Bandini. [...] fugiu da sua pequena cidade do Colorado porque era pobre, perambula pelas sarjetas de Los Angeles porque é pobre, esperando escrever um livro para ficar rico, porque aqueles que o odiavam lá no Colorado não vão odiá-lo se escrever um livro. [...]” (p. 21)

A partir da cidade, da metrópole, ele precisa extrair um enredo, uma boa estória para o próximo conto ou romance, em suma, precisa revirar a vida urbana e encontrar uma cena dramática ou pitoresca, desde que real, factual, vivencial. Só vale o ficcional a partir do vivido, “Eis aqui uma ideia com dinheiro: estes degraus, a cidade lá embaixo, as estrelas quase ao alcance da mão: ideia do tipo mocinho encontra mocinha, um bom enredo, ideia para dinheiro graúdo.” (p. 22, c.2)

É um jovem piedoso, honrado, com educação católica, com leituras materialistas, é ambíguo e contraditório, por exemplo, quando entra na igreja, reza para uma santa (Santa Teresa), e depois se justifica (perante si mesmo e os leitores),

Por motivos sentimentais apenas. Não li Lenin, mas o ouvi citado: a religião é o ópio do povo [nota: na verdade, frase de Marx]. Falando comigo mesmo nos degraus da igreja: sim, o ópio do povo. Quanto a mim, sou ateu; li ‘O anticristo’ [de Nietzsche] e o considero uma obra capital. Acredito na transposição de valores, cavalheiro. A Igreja precisa acabar, é o refúgio da burroguesia, de bobos e brutos e de todos os baratos charlatães.” (p. 24, c. 2)


Certo, uma prece: por motivos sentimentais. Deus Todo-Poderoso, lamento ser agora um ateu, mas o Senhor leu Nietzsche? Ah, que livro! Deus Todo-Poderoso, vou jogar limpo nesta questão. Vou Lhe fazer uma proposta. Faça de mim um grande escritor e eu voltarei à Igreja.” (p. 24)


A literatura deve se conectar à vida, a escrita se nutrir de vivências. Assim o autor não inventa, mas ficcionaliza o factual enquanto um testemunho. “Meu conselho para todos os jovens escritores é bastante simples. Eu lhes recomendaria que nunca evitassem uma nova experiência. Eu os instaria a viver a vida em estado bruto, a atracar-se com ela bravamente, a golpeá-la com os punhos nus.” e “O livro se baseia numa experiência real que me aconteceu certa noite em Los Angeles. Cada palavra daquele livro é verdadeira. Eu vivi aquele livro, eu o experimentei.” (p. 25, c. 2)

Bandini é um jovem meio antissocial, meio misógino, não tanto quanto o ‘homem do subsolo’, mas ao estilo de Raskólnikov, introspectivo tal qual estas personagens de Dostoiévski, “há algo errado com você, Arturo Bandini, você é um misantropo, sua vida inteira está condenada ao celibato, devia ter sido padre, [...]” (p. 27, c.2) Seres estes que vivem - e sobrevivem - no mundo dos livros. Nesta condição ele questiona os literatos, os que vivem da escrita, veículo de sua expressão e modo de afirmação no mundo indiferente aos seus dramas. Ele é ciente da situação do literato nos domínios do mercado, daí perceber o escritor enquanto mercenário, ou prostituto intelectual, tal como já vimos em Baudelaire (para quem o poeta deixou sua aura cair na lama), “Mas é [a puta] mais limpa do que eu, porque não tem nenhuma mente para vender, apenas aquela pobre carne.” (p. 29, c. 2)

O jovem autor sofre na miséria, passa fome, tanto quanto o protagonista-narrador de Fome, de Knut Hamsun, também se esforça para ser honesto, se resigna a viver de frutas doadas, de cafezinhos, sem refeições – e sem inspiração. Precisa sempre de uma ideia... O protagonista sente fome, se sente miserável, é meio masoquista, “Senti grande satisfação. Eu era a criatura mais miserável de Deus, forçado até a me torturar. Seguramente sobre esta terra nenhuma dor era maior do que a minha.” (p. 32, c. 3) Ele é ajudado por um vizinho idoso, obcecado por carne, e depois recebe alguns dólares da mãe, e algum adiantamento do editor... e vai vivendo, ou sobrevivendo. Enquanto isso perambula por Los Angeles... “Aqui está você, arrastando-se ao longo dos dias, um gênio passando fome, fiel à sua sagrada vocação. Que coragem você possui!” (p. 37, c. 3)

Link para ensaio sobre “Fome



É dentro de tal contexto, neste cenário urbano, que ele conhece a mocinha mexicana. Num café, o Columbia Buffet, na Spring Street, Arturo Bandini observa uma modesta garçonete mexicana, a deslizar entre as mesas, a usar rústicas sandálias (huaraches) e não sapatos femininos. Ele se interessa, mas despreza e maltrata a atendente. Não gosta do café barato, ‘Chama isso de café?’ e ‘Talvez nem seja café, mas a água onde ferveram seus sapatos sujos.’ Ele só consegue o ódio dela. Mas tudo é o começo de um jogo: de desejo e menosprezo, paixão e ódio. Ao sair ele derrama o café sobre a mesa. Depois descobriu o nome dela – Camilla Lopez. E deixa um exemplar da revista (com o conto ‘de sucesso’) para a mocinha. Mas quando a encontra novamente, ele se mostra inconveniente, ríspido, a ponto de ofendê-la. Ele se julga americano e humilha a mexicana.

Enquanto isso, temos mais descrições das ruas de Los Angeles, a cidade grande com seus cidadãos deslocados, os nativos e os forasteiros (os provincianos que buscam prosperidade na cidade grande), então o moço se refugia na ficção, nos livros, na introspecção, em trechos que lembram muito aquelas visões do poeta beat Allen Ginsberg em seu poema alucinado ‘Howl’, Uivo (traduzido no Brasil pelo poeta beatnik paulista.Claudio Willer).

Sabemos como ele chegou a Los Angeles, mais sobre o hotel, a modesta hospedaria, os hóspedes e seus dramas pessoais. Seus primeiros contatos na selva da cidade grande e os potenciais leitores. O que é um autor sem leitores? Enquanto isso a carta enviada ao editor Hackmuth é adaptada para conto – e publicada! E Bandini recebe um cheque de 175 dólares! Paga as dívidas e resolve fazer compras. Roupas novas para ficar apresentável. Mas, por fim, acaba saindo com as ruas velhas – mais familiares. De fato, ele não quer ser apresentável. Ele prefere o sofrido velho Bandini, o autor de (futuro) sucesso.

Ele volta ao Columbia Buffet para conquistar Camilla – mas só consegue deixa-la irritada. Ela que até usava sapatos brancos – e não os velhos huaraches. O escritor pobre e a garçonete mexicana tentam criar personas para impressionar um ao outro, mas acabam se hostilizando. Ele finge ser endinheirado, ela quer ser elegante. Ambos falseiam. Ela tem um carro, meio arruinado, mas é um carro – e podem sair pelas ruas. Ela vive um tanto à vontade, é caprichosa, e incomoda os demais motoristas – na década de 1930, uma época de Depressão econômica após as gastanças da Era do jazz, testemunhada por Fitzgerald. Eles decidem tomar um banho de mar – ele idealiza a cena, vive tudo como se preparando para escrever sobre o vivido (‘vendo aquilo escrito ao longo de uma página numa máquina de escrever’, p. 83, c. 9) – e não consegue relaxar, se divertir, levar na esportiva os caprichos dela. Estão fora de sintonia. Ele sente desejo quando ela o desafia ou se ausenta.

Depois, sozinho, recolhido à solidão, ele escreve a cena tal como gostaria que acontecesse. A literatura enquanto descrição do ideal. Mas é falso, ele rasga tudo. Ele tenta se reaproximar – mas sofre com os desprezos e ironias dela. Ele volta a perambular: ‘Errei através de multidões de párias maltrapilhos e famintos sem destino.’ (p. 89)

O resto do cap. 10 e os próximos (11 e 12) são digressões, onde Camilla é contornada – não esquecida – e Bandini procura um padre, frequenta dancings / boates, se relaciona com uma mulher que o assedia, então a visita em Long Beach, sobrevive a um terremoto, atinge L.A. com baixa escala, se entrega a meditações metafísicas de apóstata, “Eu soube o que tomara conta de mim. Foi uma grande cruz branca apontando para o meu cérebro e me dizendo que eu era um homem estúpido, porque ia morrer e nada havia que pudesse fazer a respeito.” (p. 119, c. 12) e “Você leu Nietzsche, você leu Voltaire, deveria saber. Mas o raciocínio não ajudava. Eu podia me livrar daquilo por meio do raciocínio, mas não era o meu sangue.” (p. 120, c. 12)

Continua a paranoia de Bandini com um novo terremoto, que destrua a grande cidade – ‘todos vão morrer’ – como uma punição final, um apocalipse. Se afasta de edifícios, dorme do lado de fora – medo de ser esmagado, sepultado vivo. “Los Angeles estava condenada. Era uma cidade amaldiçoada. [...] Certo, sou um covarde, mas sejam corajosos, seus lunáticos, vão em frente, sejam corajosos e caminhem debaixo desses grandes edifícios. Eles os matarão.” (p. 128) Pois “o mundo era pó e ao pó voltaria. Comecei a ir à missa de manhã. Fui à confissão. Recebi a sagrada comunhão.” (p. 130, c. 13)

Bandini volta a procurar Camilla no Columbia Buffet , onde ele tenta forçar um diálogo, constrangendo a moça e a si mesmo. Enfim, desiste. Então, o escritor volta ao trabalho. Nova publicação, outro cheque com dólares redentores. Paga dívidas, envia dinheiro para a mãe, e continua a escrever.

De repente, eis que a moça mexicana o procura. Ela quer algumas orientações de escrita para o amante dela, um dos barmen do Buffet. Mesmo enciumado, Bandini recebe os textos originais e tenta uma crítica. Primeiro quer humilhar o rival, depois resolve fazer uma resenha, ou revisão, séria e intelectual. Nada de passionalidades... Mas Camilla volta e toda charmosa para seduzir Bandini – mas não dá certo. Há hostilidade entre eles. “Ela era muito melhor do que eu, tão mais honesta que fiquei enojado de mim mesmo e não podia enfrentar seus olhos cálidos.” (p. 154)

A presença de Camilla constrange Arturo, que não consegue realizar tudo o que imaginou – a impossibilidade de ser romântico. Ele a decepciona e frustra a si mesmo. Ele se refugia no sonho: “[Ela] saiu sem falar de novo. Fiquei sentado num sonho de deleite, uma orgia de confiança confortável: o mundo era tão grande, tão cheio de coisas que eu podia dominar. Ah, Los Angeles, pó e névoa em tuas ruas solitárias, não me sinto mais solitário.” (p. 156, c. 15) Novas tentativas de aproximação. Eles precisam aceitar um ao outro do jeito como eles são. Ela precisa aceitar a introspecção dele, e ele a sedução caprichosa dela.

A escrita continua, “nada para fazer dia e noite a não ser escrever e pensar em literatura” (p. 161) Mas Camilla reaparece e quer a ajuda de Bandini para a ‘carreira literária’ de Sammy (Samuel Wiggins), que está realmente doente (tuberculose) e isolado num galpão em pleno deserto. Mas toda vez em que Bandini e Camilla se aproximam logo uma discussão se inicia. Até que ele descobre que ela usa droga (maconha) e quer reconquistar o amante.

A doença e isolamento de Sammy e o vício de Camilla dominam os capítulos finais, com o internamento (e a fuga) da moça e a misantropia de Sammy, enquanto Bandini escreve o romance de 200 páginas e se deixa perambular,

Era a vida ideal para um homem, perambular e parar e depois continuar, sempre seguindo a linha branca ao longo da costa errante, um tempo para relaxar ao volante, acender outro cigarro, e buscar estupidamente significados naquele desconcertante céu do deserto.” (p. 190, c. 17)

Em meio aos dramas pessoais do protagonista, temos algumas referências ao contexto de época, a superação da Grande Depressão, o rearmamento das potências imperialistas, uma ‘guerra na Europa, discurso de Hitler, confusão na Polônia’ (p. 182), que pouco importam para Bandini com suas carências afetivas e financeiras. Os dramas coletivos estão distantes, a miséria está por perto.

Por fim uma última tentativa de vida em comum, o sonho de Bandini se realiza? Não, infelizmente para ele. Pois ele aluga casa, a beira-mar, onde cuidar de Camilla, mas ela volta a procurar o Sammy, se humilhar para ser aceita, enquanto o doente a despreza. Percebe-se que o destino de Bandini é circular, ao fim volta ao início. Ele continua o flâneur que conhecemos no primeiro capítulo. “Saí para uma caminhada pelas ruas. Meu Deus, aqui estava eu de novo, perambulando pela cidade.” (p. 200, c.18)

O romance [dentro do romance] que Bandini escrevera é finalmente publicado, e ele se deixa admirar a obra nas vitrines. Estará assim legitimado enquanto escritor? É quando recebe bilhete de Sammy, acusando a visita de Camilla. Ele a expulsa, e ela se perde no deserto. Bandini inutilmente a procura na extensão de dunas, e acaba por jogar na areia árida um exemplar do livro dedicado a ela. Ele teve sucesso enquanto autor, mas, melancolicamente, continua sozinho.


Com seu personagem Arturo Bandini, o autor John Fante conseguiu, satisfatoriamente, um meio de, através de um alter-ego, criar uma obra literária confessional, verossímil, com o entrelaçar de factual e ficcional, para melhor exemplificar a importância do vivencial na criação imaginativa. Este tom de literatura-verdade é que empolgou toda uma geração que viria a ser chamada Beat Generation, ou Beatnik, com seus romances & poemas viscerais & turbulentos nascidos da experiência pessoal de cada autor, seja Burroughs, Kerouac ou Ginsberg, todos em sintonia com a busca de Fante, o jovem autor que perambula pelas ruas, a se perder e a se encontrar.




Fonte: FANTE, John. Pergunte ao Pó. (Ask the dust) Trad. Roberto Muggiati. 5ª ed. Rio de Janeiro : José Olympio Ed., 2005.


fev/mar/13


Leonardo de Magalhaens




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